Meia-noite
no Convento de Amsterdã. O sino da capela toca e Mary acorda de um pesadelo. No
sonho, o próprio Lúcifer tinha tomado o lugar da Madre Vallery e recitava
coisas satânicas para seus servos demônios. Mary se levantou e se dirigiu à
capela. Foi até o altar, se ajoelhou e começou a rezar em voz baixa. Quando
terminou, acendeu uma vela no santuário da Virgem Maria. Ao se virar, a vela
apagou. Mary voltou a acender a vela. Ao se virar, esta se apagou novamente.
Mary que já estava assustada com o pesadelo, não ousou reacender a vela. Apenas
fez o sinal da cruz e foi para a cama.
Não
conseguiu dormir. Passou a noite toda rolando na cama. Quando o sino tocou às 6 da manhã, todas as freiras se levantaram. Inclusive Mary que estava acabada. A freira Lucy percebeu isso e perguntou o que havia acontecido,
Mary contou. Lucy ficou apavorada e disse que era melhor conversar com a Madre
e tomar os devidos cuidados pois algum espírito ruim podia estar por perto.
Após o café-da-manhã, Mary fez o que
Lucy recomendou; foi conversar com Vallery. Assim que se aproximou da capela,
sentiu uma sensação estranha, como se estivesse sendo seguida. Não havia mais
ninguém no corredor. Seguiu adiante. A Madre estava orando de frente ao altar como
fazia todas as manhãs. Mary fez o sinal da cruz, sentou-se em um dos bancos e
esperou que a Madre terminasse. Quando ela se virou, Mary se levantou e
caminhou até ela.
_ Madre, preciso te
contar uma coisa.
_ Pode dizer.
Mary contou o que havia acontecido e
assim que falou sobre o episódio da vela, todas as 27 velas acesas da capela
se apagaram e as outras 23 apagadas se acenderam. Vallery pegou a bíblia que
estava no altar e começou a ler um trecho enquanto Mary segurou firme seu terço
e começou a rezar o pai nosso em voz alta. Em 5 minutos todas as velas estavam
apagadas.
_ O que faremos
agora? – Perguntou Mary.
_ Não sei. Há muito
tempo algo assim não acontecia.
_ O que aconteceu
de parecido?
_ Bem, a Lucy teve
o mesmo pesadelo que o seu há 13 anos. Ela fez o mesmo que você; foi até a
capela rezar. Porém, quando ela estava voltando para o dormitório, algo tomou
seu corpo. Ela fez algo terrível. Ela diz nem se lembrar. Nós também fingimos
esquecer.
_ O que ela fez?
_ É melhor não
saber.
Mary ficou pensativa. Vallery disse:
_ Não pense muito
nisso. Fará mal para si mesma. Vamos, temos de seguir nossas vidas. Não espalhe
o que aconteceu aqui.
Durante 4 dias tudo seguiu
normalmente. Até que Mary teve outro pesadelo; idêntico ao anterior. Meia-noite
ela se levanta e vai até a capela rezar. Só depois que termina a oração, se
lembra do que a Madre falou. Seu coração dispara e ela não sabe se fica ou se
volta para a cama. Resolve ir dormir. Uma vela se acende. Um candelabro grande
de prata cai. Mary grita. Logo, todas as 52 freiras e a Madre estão a sua
frente. Vallery pergunta o que foi. Assim que todas entram na capela, a porta
se fecha. A pergunta já não precisa mais ser respondida.Lucy se manifesta.
_ Ele está de volta.
Seus olhos ficaram totalmente
brancos e ela caiu no chão. Algumas freiras começaram a chorar, outras
começaram a rezar. Vallery se dirigiu ao altar e disse:
_ Acalmem-se. Por
favor, todas vocês deixem a Lucy acordar naturalmente. Vamos rezar o pai nosso
10 vezes, depois acenderemos as velas e leremos trechos da bíblia.
As freiras obedeceram prontamente.
Todas estavam concentradas, de pé e de olhos fechados, rezando em voz alta.
Ninguém viu ou ouviu quando Lucy se levantou com os olhos ainda brancos, tapou
a boca de uma freira que estava mais próxima de si e cortou sua garganta com o
crucifixo de seu terço. Ela fez isso com as 7 freiras que estavam nos cantos
dos bancos. Depois, dirigiu-se ao altar e deu um soco no rosto de Vallery. Esta
caiu no chão. As freiras cessaram a oração, abriram os olhos e se chocaram ao
ver a Madre no chão. Logo perceberam também que havia cadáveres ao redor da
capela. Antes que pudessem dizer algo, Lucy disse:
_ Que poder a
oração de vocês tem quando são apenas humanas e eu sou o dono da maldade,
aquele que pode fazer qualquer coisa para conseguir sua morte? – Sua voz não
estava normal; era mais grave e rouca.
Vallery continuou orando.
_ Cale a boca, sua
velha! Isso só vai aumentar o meu ódio e fazer sua morte ser mais lenta e
dolorosa. Quando vim nesta porcaria da primeira vez, só pude matar a irmã de
Mary – Mary mal pôde acreditar no que ouviu. Ela tinha 5 anos quando sua irmã,
Emanuely de 18, morreu com 12 facadas pelo corpo. Nunca soube quem tinha feito
aquilo. Começou a chorar. – Eu queria você, Mary! – Lucy olhou diretamente para
ela. – Se eu a tivesse matado, levaria sua alma comigo e ficaríamos juntos para
sempre, mas te esconderam e eu levei sua irmã para compensar sua falta. Por 13
anos ela me satisfez, mas eu cansei. Você vem comigo esta noite. Mas todas
essas almas que se dizem puras e fiéis àquele inútil ser também vão.
Lucy pegou o candelabro de prata e
bateu o cilindro na cabeça de Vallery, esta desmaiou. Lucy ateou fogo nela. As
freiras gritaram. Uma tentou abrir a porta. Lucy caminhou em sua direção
lentamente, parou no meio do caminho para puxar uma das cordas da cortina,
depois seguiu adiante, puxou a freira que tentava fugir pelos cabelos, a
amarrou na janela e também colocou fogo nela. Matou as outras freiras
utilizando crucifixos e candelabros, bateu a cabeça de uma delas na quina do
altar até que saísse sangue por seus olhos, até que restou somente Mary. Ela
estava no chão, em prantos.
_ Mary, minha cara.
Tenho um lindo destino para você. Você será minha rainha no inferno.
_ Nunca!
_ Você não tem
escolha. Não é algo ruim, minha cara. Vou até deixar você escolher o modo como
quer morrer.
_ Mate-me como
quiser desde que eu nunca mais tenha que falar com você.
_ Ah, não quer
falar comigo? Pois bem.
Lucy olhou para os lados e viu que
em cima de uma mesinha havia um pedaço de pão e uma faca. Foi até lá e pegou a
faca. Se aproximou de Mary novamente e ordenou:
_ Abra a boca e
mostre sua língua.
_ Não!
Lucy pegou outra corda, arrastou
Mary até outra janela e lá amarrou seus braços, pernas e pescoço e puxou a
língua dela para fora. Cortou sua língua lentamente. Mary chorou
desesperadamente.
_ Você não precisa
falar comigo. Ainda assim será minha – disse Lucy. – E ainda vou fazer uma
homenagem à sua irmã. Você vai morrer como ela.
Dizendo isso, Lucy começou a furar
Mary. Após as 12 vezes, Mary estava morta. Lucy sorriu e caiu no chão. Logo
depois, acordou e, ao olhar a sua volta, mal acreditou no que estava vendo.
Saiu da capela e telefonou para o Padre da Igreja mais próxima. Nem ele
acreditou no que ela lhe contou. Lucy foi indiciada pelos 53 assassinatos.
Quanto a Mary, bem, esta deve estar sendo bem cuidada por Lúcifer em outro
inferno...
(Com Lúcifer quis dizer Satã; Lúcifer tem mais de um significado)
(Com Lúcifer quis dizer Satã; Lúcifer tem mais de um significado)